Ouagadougou– A tensão política no Burkina Faso voltou a aumentar após a detenção de vários oficiais de alta patente do exército, suspeitos de envolvimento em uma nova tentativa de desestabilizar o regime de transição liderado pelas forças militares.
Segundo fontes de segurança, entre os detidos está o comandante magistrado Frédéric Ouedraogo, ex-chefe do Corpo de Justiça Militar. Também foi preso o capitão Elysée Tassembedo, atual chefe do Estado-Maior em Ouahigouya.
Além deles, dois outros membros do Batalhão de Intervenção Rápida (BIR), ainda não identificados oficialmente, foram igualmente detidos. As primeiras investigações apontam para a participação desses militares em um suposto plano articulado por um antigo diretor-geral da SONABHY, atualmente em exílio.
Relatos indicam que os oficiais teriam sido abordados pelo ex-gestor da SONABHY para executar ações que poderiam comprometer a estabilidade nacional. Embora os detalhes da trama ainda estejam sendo apurados, fontes próximas ao caso mencionam uma operação minuciosamente planejada para gerar instabilidade no sistema de segurança do país.
Essa nova onda de detenções remete a episódios anteriores de tentativas de golpe e reforça os receios sobre a persistente influência de figuras políticas controversas. Nomes como Djibril Bassolé e o ex-líder Damiba voltam a ser citados como símbolos de uma elite corrupta que, segundo críticos, ainda atua nos bastidores.
Analistas alertam para a necessidade de maior vigilância cívica e envolvimento popular na preservação do atual processo de transição, considerado essencial para a consolidação de um futuro mais estável e democrático no país.