**Edil de Quelimane Exige Investigação Transparente aos Crimes da Polícia em Moçambique**



*Por Malvin – jornal notícias MZ| 16 de Abril de 2025*

 

O autarca de Quelimane, Manuel de Araújo, lançou um apelo direto ao Presidente moçambicano, Daniel Chapo, para permitir a entrada de organizações internacionais com o objetivo de investigar alegados abusos cometidos pelas forças de segurança durante os protestos pós-eleitorais de outubro de 2024.

 

A exigência surge na sequência do baleamento do músico Joel Amaral, conhecido como MC Trufafa, que também é funcionário do município de Quelimane. Araújo classificou o ataque como “ato bárbaro” e demonstrou consternação pelo que considera uma perseguição crescente contra civis, apelando a uma atuação urgente do Chefe de Estado.

 

“Quem não deve, não teme. Se o país nada tem a esconder, que permita que entidades como a Human Rights Watch, a Amnistia Internacional ou a ONU entrem no território para realizar investigações independentes”, desafiou o edil.

 

Segundo Araújo, diversas organizações internacionais já solicitaram autorização para investigar desde o ano passado, mas até ao momento não obtiveram resposta das autoridades moçambicanas. O autarca relatou ainda que há denúncias de assassinatos e perseguições levadas a cabo por supostos “esquadrões da morte”, em vários pontos da província da Zambézia.

 

**Relatório da Amnistia Internacional Condena Repressão Pós-Eleitoral**

 

A Amnistia Internacional também se pronunciou, condenando o ataque ao artista e reforçando o apelo por investigações imparciais. Em novo relatório intitulado *"Protestos sob ataque: Violações dos direitos humanos durante a vaga de repressão após as eleições de 2024"*, a organização denuncia o uso excessivo da força por parte das autoridades moçambicanas, incluindo disparos de munições reais, gás lacrimogéneo e balas de borracha contra manifestantes e até crianças.

 

Miguel Marujo, diretor de comunicação da Amnistia Internacional em Portugal, reforçou que, além de assistência médica e compensações às vítimas, é essencial responsabilizar judicialmente os autores dos abusos, por meio de processos justos e transparentes.

 

O relatório reconhece que o Presidente Chapo já admitiu publicamente a existência de vítimas entre civis e agentes da polícia, mas critica a ausência de justiça até ao momento.

 

A sociedade civil e organizações internacionais continuam a pressionar o governo moçambicano para garantir que os direitos humanos sejam respeitados e que os casos de violência institucional não fiquem impunes.

Fonte: DW

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