O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) anunciou o encerramento do processo que investigava um alegado suborno milionário envolvendo Albino Forquilha, presidente do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS). A denúncia, feita pelo Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), acusava Forquilha de ter recebido cerca de 219 milhões de meticais para abandonar a sua posição crítica em relação aos resultados das eleições gerais de 2024.
Segundo a denúncia, o montante teria sido oferecido como incentivo para que os deputados eleitos pelo PODEMOS tomassem posse a 15 de janeiro, contrariando o apelo ao boicote feito por Venâncio Mondlane, então candidato independente e segundo colocado no pleito. Forquilha, no entanto, reconheceu publicamente a importância do apoio de Mondlane para o crescimento do seu partido, que se tornou a segunda maior força política no parlamento, atrás apenas da Frelimo.
Romualdo Jhonam, porta-voz do GCCC, esclareceu que o caso foi encerrado por falta de provas concretas que sustentassem as acusações. “O denunciante foi ouvido e teve oportunidade de apresentar mais elementos, mas as investigações não encontraram fundamentos suficientes para dar seguimento ao processo”, afirmou. Ele acrescentou, porém, que o caso poderá ser reaberto, caso surjam novas evidências.
No mesmo informe à imprensa, o GCCC revelou ainda a detenção de um técnico do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), acusado de desviar cerca de 490 milhões de meticais. Segundo as autoridades, os valores foram transferidos para contas de familiares e sócios empresariais. A investigação continua em curso, com foco na identificação de todos os envolvidos e na coleta de provas adicionais.