Geração 18 de Março”: Azagaia morreu num corpo e renasceu em cada moçambicano!

 


Dois Anos Sem Azagaia: O Legado do Rapper Continua Vivo em Moçambique

Maputo, 18 de Março de 2025 – Edson da Luz, conhecido artisticamente como Azagaia, marcou a história da música moçambicana com suas letras de forte intervenção social. Natural de Namaacha, o rapper nasceu a 6 de maio de 1984 e faleceu a 9 de março de 2023. Dois anos após sua partida, seu impacto ainda é fortemente sentido no país.

Para refletir sobre essa ausência, a Integrity Moçambique entrevistou Albino Manguene, teólogo, pastor e ativista social e político, que destacou a importância de Azagaia na sociedade moçambicana. Segundo ele, a morte do artista deixou um grande vazio, pois Azagaia expressava de forma única os sentimentos do povo através da música.

Manguene observa que, atualmente, poucos artistas demonstram a mesma coragem e frontalidade do rapper. "Azagaia não tinha medo de falar a verdade em um contexto de perseguição e restrição de direitos. Ele era a voz do povo", afirmou.

O pastor também relembrou momentos em que Azagaia utilizou sua música para responder a declarações de governantes. Entre os exemplos citados, mencionou a crítica do rapper a um pronunciamento da então ministra da Justiça, Benvinda Levi, que afirmou que os interesses do Estado se sobrepõem aos direitos humanos. Além disso, lembrou da música inspirada na declaração da governadora Lucília Hama, que, ao minimizar a crise alimentar, sugeriu que os moçambicanos poderiam celebrar as festas consumindo partes menos nobres do frango, como patinhas e pescoços.

Manguene acredita que, se estivesse vivo, Azagaia continuaria usando sua arte para questionar e denunciar problemas atuais. "Ele sabia interpretar o contexto e transformá-lo em música, seja para criticar ou reivindicar. Seu legado permanece vivo", concluiu.

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