Dois anos sem justiça para Inocêncio Manhique, alerta Amnistia Internacional
A Amnistia Internacional denunciou a falta de justiça no caso de Inocêncio Manhique, cidadão moçambicano que perdeu um olho após ser atingido por uma bala de borracha disparada pela polícia durante um protesto pacífico. Dois anos após o incidente, a organização cobra uma investigação transparente e punição para os responsáveis.
Khanyo Farisè, Diretor Regional Adjunto da Amnistia Internacional para a África Oriental e Austral, afirmou que a investigação prometida sobre o caso não avançou, deixando Manhique sem respostas ou reparação. Segundo a organização, esse episódio reflete um padrão de impunidade das forças de segurança em Moçambique, que têm reprimido violentamente manifestações pacíficas.
Desde as eleições de outubro passado, há relatos de mais de 300 pessoas mortas durante a repressão a protestos no país. A Amnistia Internacional exige que as autoridades moçambicanas divulguem os resultados da investigação sobre o caso de Manhique e conduzam apurações independentes e imparciais sobre todas as violações de direitos humanos registradas nesse período.